Há quem pense que discutirmos sobre diversidade em cargos diretivos e boards empresariais seja apenas uma moda. Pelo contrário! A diversidade faz sentido para as pessoas e para os negócios. Além de se relacionar com boas práticas, ter um conselho diverso também proporciona bons resultados.
A consultoria global McKinsey tem realizado alguns estudos sobre o tema. Foram lançados quatro relatórios entre 2015 e 2023 e, em todos, foi identificada uma relação entre rentabilidade e mais diversidade em cargos de liderança ou nos Conselhos de Administração. Na pesquisa mais recente, a conclusão é de que empresas com conselhos mais diversos em relação ao gênero têm 27% mais chances de apresentarem desempenho superior do que as empresas menos diversas; já a diversidade étnica oferece 13% mais chances de superar os concorrentes homogêneos.
Para que a diversidade seja um fator de competitividade, ela não pode ser acessória, decorativa. Não estamos falando de simplesmente preencher espaços de forma aleatória, mas de desafiar o status quo e trazer perspectivas distintas que complementam e fortalecem as decisões estratégicas das organizações.
O que isso significa? A inclusão de novas pessoas deve ter uma conexão com os desafios e objetivos do negócio. Ter pessoas com diferentes experiências, visões de mundo e habilidades. Grupos diversos têm a capacidade de identificar oportunidades e riscos sob ângulos novos, muitas vezes negligenciados por equipes com o mesmo viés.
O caminho é longo, mas deve ser trilhado para que a diversidade seja mais natural e menos impositiva. Enquanto isso, ações afirmativas possuem grande importância. Um exemplo disso é a iniciativa da B3, a bolsa de valores brasileira. Até 2026, as companhias de capital aberto devem ter representantes de grupos minoritários em seus conselhos ou diretoria.
Estou certa que um ambiente mais diverso é um local de mais criatividade, inovação e preparo para os desafios do futuro. E você, concorda com essa visão?
Escrito por Ruth Bandeira
