Eu sei que você se sente obrigado a aparecer nas redes sociais.
Eu também me sinto assim, com essa obrigação que não é nem natural e nem confortável para mim. E pode ter certeza de que não estamos sós!
De acordo com o estudo Panorama Liderança 2024, da Amcham Brasil, 36% das lideranças consideram a maior exposição às mídias sociais como um fator de pressão por mudança nas empresas. Existe uma exigência do mercado de exercermos nossa liderança também no ambiente digital. Como nós devemos lidar com isso?
Essa é uma questão angustiante para quem não se sente confortável ou mesmo está acostumado a se expor publicamente. Me incluo nisso. Enfrento desafios internos diários, me identifico por completo com quem resiste a essa pressão de obrigatoriamente aparecer para pessoas que você nem sabe quem são. Para nós, mulheres, essa pressão ainda é sobredimensionada. Afinal, somos as maiores vítimas da Síndrome do Impostor. Temos uma tendência a achar que nossas ideias são óbvias demais para serem compartilhadas. ”Quem vai se interessar por isso?” ou “quem quer saber a minha opinião sobre determinado assunto?”, ou até mesmo, “quem sou eu para falar sobre esse tema? Certamente tem pessoas muito mais competentes e sábias do que eu para isso…”
Por outro lado, eu tenho lutado contra mim mesma e observo isso sob uma perspectiva muito positiva.
O nosso conhecimento, ao ser compartilhado nas redes, consegue viajar mais longe e mais rápido. A mensagem que publicamos, seja como representante de uma marca ou como representante de nós mesmos como profissionais, tem o poder de impactar, espero que positivamente, outras pessoas, de transformar realidades e de potencializar nossos negócios.
Não há razão para fugir disso.
Paralelamente, também é importante termos em vista as consequências do que produzimos. Ao estarmos ativos nas redes sociais, estamos vulneráveis a pisar em terrenos desconhecidos. Estar presente no ambiente digital é como andar em uma areia movediça. Qualquer passo em falso e um “cancelamento” está diante de você. Mas devo confessar que essa não é minha maior preocupação. Meu maior receio quando converso com vocês por aqui é impactar negativamente a vida de alguém, mesmo que sem intenção.
Nessa corda bamba entre os prós e contras da presença digital, eu acredito que devemos nos expor. Eu tenho aproveitado muito essa experiência de dividir percepções, pontos de vista, rotina de trabalho e conhecimento na minha área de atuação.
Recomendo que você faça o mesmo, desde que nessa jornada haja responsabilidade no uso dessas ferramentas e respeito aos outros e aos seus próprios limites.
Escrito por Ruth Bandeira
Fonte: Amcham Brasil