Você, executivo/executiva, participou de um processo seletivo inteiro. Fez entrevistas com a consultoria, com o RH da empresa, com o(a) superior(a) direto(a), viajou para conhecer as instalações, apresentou business case, e foi aprovado. É hora da Offer Letter!
Mas, ao receber a carta-oferta, entende que ela não contempla todos os pontos esperados por você, seja em termos de salário, benefícios, modelo de trabalho, data de início, entre outros.
O que fazer?
Eu te ajudo.
Mas, em primeiro lugar, estou partindo do princípio de que, a esta altura, duas premissas básicas já estão atendidas:
1) Você está interessado de verdade na oportunidade – afinal, passou por um longo processo e não teria chegado até aqui só por curiosidade. Caso você não esteja interessado, por favor “volte umas 3 casas no jogo” e decline de forma responsável, pois a esta altura já tem muita expectativa em torno do seu nome na nova empresa.
2) Você gostaria de “melhorar a oferta”, e não usar a proposta recebida para negociar uma contra-proposta da sua empresa atual – desnecessário dizer que isso não se faz!
Então, se o processo foi conduzido por uma consultoria séria de Executive Search, o(a) profissional responsável deve conseguir te ajudar. O compromisso do(a) headhunter é com a empresa que o(a) contratou para te encontrar, mas é função dele/dela equilibrar as expectativas e garantir uma finalização assertiva e justa para as partes envolvidas.
Se não tem consultoria envolvida, o roteiro que eu passo agora é o que eu sempre costumo compartilhar como orientação para candidatos finalistas nos processos que conduzo.
1) Decida-se antes!
Um pedido para mexer em qualquer item da oferta precisa estar acompanhado da decisão de aceitar. Essa decisão é pelo projeto, é pela empresa e pelo desafio, e vem antes das demandas em relação à remuneração.
2) Comece com um SIM
Por e-mail – pois é o meio formal para isso -, comece respondendo que “você está feliz por ter sido escolhido e motivado a seguir em frente”, mas que gostaria de negociar alguns pontos.
3) Seja razoável
Faça contas, exponha os argumentos, e entenda que a primeira oferta já é um bom indicador de como a empresa entende o pacote de Total Compensation para esta posição. Dificilmente, com raríssimas exceções, virão grandes mudanças. E mais: benefícios, como Assistência Médica ou modelo de automóvel, seguem padrão corporativo, e tentar negociar “um plano de saúde diferente”, além de inócuo, pode mostrar falta de conhecimento sobre o funcionamento de uma organização.
4) Compare com o que você tem hoje
Ao fazer uma contra-oferta, o válido é comparar com seu Total Package atual, e não com o que você “virá a ter daqui 6 meses caso seja promovido”.
5) Pauta única
O processo de aprovação de uma carta-oferta, principalmente em grandes organizações, passa por caminhos longos e aprovações até na matriz no exterior. Então é melhor expor tudo de uma vez, e não ficar negociando os itens “a conta-gotas”, para evitar desgaste no fluxo de aprovações.
6) Esteja preparado para um não
Em muitos casos, a empresa já está no limite do orçamento para esta cadeira. Verifique então outros pontos, como incidência do dissídio coletivo (e data-base) sobre sua remuneração, ou a velocidade com que promoções ou méritos podem ocorrer. Se você quer muito a posição, vá em frente, mesmo sem aquele upgrade que você esperava! Lembrando do item 1 da pauta, a decisão é muito mais sobre um projeto profissional do que sobre a remuneração e benefícios.
Eu realmente desconheço quem tenha crescido profissionalmente só olhando para o salário.
Autor: Felipe Laufer – Sócio-Diretor do Grupo PROPOSITO
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