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Como liderar equipes e usar a inteligência emocional para tomar decisões

Publicado em 12/07/2021

Quem ostenta uma posição de liderança em tempos tortuosos como os atuais já sabe que uma decisão equivocada – ou pelos motivos errados – pode ditar todo o futuro de uma companhia e de suas pessoas. O peso dessa responsabilidade não é pequeno e é justamente isso que coloca muitos executivos e gestores contra a parede nesse período. 

Liderar equipes e tomar decisões estratégicas sempre foram partes cruciais e, ao mesmo tempo, desafiadoras, da rotina destes profissionais, mas talvez nunca tenha sido tão importante fazê-lo com inteligência emocional quanto agora. 

Este termo – inteligência emocional – foi popularizado pelo psicólogo Daniel Goleman, embora tenha sido cunhado pelos pesquisadores John Mayer e Peter Salovey na década de 90. Uma skill cada vez mais essencial para todo e qualquer profissional ele se tornou ainda mais importante para quem ocupa cargos de alta responsabilidade. 

Na evolução teórica do conceito, a inteligência emocional contempla quatro principais pilares: autoconsciência, autogerenciamento, consciência social e gestão de relacionamento. Na prática, esse conjunto significa ter domínio das próprias expectativas, emoções e rotina e ser capaz de colocar-se – e às situações que precisam ser resolvidas – sob perspectiva e dentro do contexto tanto da empresa, quanto da sociedade de maneira geral.

No dia a dia da profissão, não é raro que os gestores estejam tão focados nas metas da companhia e nas cobranças dos conselhos, que terminem por esquecer o momento que é vivido pelo mundo e como isso afeta sua equipe e seu negócio. E a inteligência emocional é desenvolvida justamente quando se consegue manter esse plano de fundo sempre presente na tomada de decisões. 

Inteligência emocional na prática de liderança

Em artigo para a revista Forbes, o colunista Glenn Llopis lista cinco maneiras de liderar com inteligência emocional e, com isso, incrementar a produtividade da equipe. A primeira delas é, de fato, importar-se e preocupar-se com as pessoas. É um fato que muitos líderes costumam tratar seus subordinados apenas como ferramentas para alcançar seus objetivos, esquecendo-se que todos têm suas próprias questões e dilemas.

Ter em conta que do outro lado de cada comunicação também há uma pessoa é fundamental para um ambiente corporativo saudável. De quebra, você ainda contará com um colaborador que, sentido-se valorizado, também se sente mais próximo e grato por ter sido tratado com humanidade. A gratidão é uma poderosa ferramenta de liderança, porque contribui para fortalecer os laços entre líder e liderado.  

O segundo aspecto citado por Llopis é abraçar as diferenças. Aplicar o mesmo método, as mesmas exigências e critérios a todos os funcionários ou a times inteiros em geral não traz resultados positivos. Perspectivas diversas podem ser a chave para trazer resultados inesperados, ajudam a sair da caixa e a olhar para o mesmo problema com um ângulo diferente.

Em terceiro lugar, ele recomenda aos líderes que ajudem seus colaboradores a experienciar a sensação de terem importância, de serem uma engrenagem importante dentro da máquina empresarial. Mostrar como cada peça se soma para compor a máquina final, valorizar as atitudes, a proatividade, recompensar isso de alguma forma – não apenas material, mas incentivos e reconhecimentos verbais e de status corporativo – são maneiras de fazer com que as pessoas se sintam parte de algo maior, o que pode mudar toda a lógica da relação que os funcionários têm com a empresa.

O quarto aspecto tem a ver com o terceiro, mas com uma inversão de papéis. Assim como o colaborador precisa entender seu papel no todo, o líder também precisa ser responsável e ter seu papel claro diante de todos. Transparência, integração, participação, colocar a mão na massa, mostrar-se confiável e como um igual, tudo isso são formas de criar uma espécie de horizontalidade na rotina que melhora a capacidade de diálogo com as equipes. Assim, também fica mais fácil para os líderes exercerem os dois primeiros aspectos.

Por fim, a quinta maneira de usar a inteligência emocional para liderar é estar ciente das necessidades dos colaboradores. Mais perto de todos, o líder pode usar sua empatia para compreender que outras ferramentas são necessárias para que todos usem sua capacidade da melhor forma. Acompanhar, fornecer feedbacks honestos e cuidados, fazer sugestões e aceitar as que são feitas por colegas são maneiras de viabilizar esse aspecto.