“Ficar parado é a maneira mais rápida de retroceder em um mundo que muda rapidamente”. A frase é da atriz estadunidense Lauren Bacall, nascida há quase um século, mas poderia ser facilmente encontrada em livros atuais sobre negócios e liderança. Mas o “rapidamente” a que ela se referia tomou proporções que certamente Bacall não imaginava. E as transformações vão seguir ocorrendo, mas em velocidade muito, muito maior.
Ray Kurzweil, diretor de Engenharia do Google e um dos maiores futuristas da atualidade, nos explica sobre a dinâmica das mudanças exponenciais em seu livro The Singularity is Near. Para ele, as mudanças de paradigma (tecnológico, social, cultural, etc) vão dobrar a cada década que está por vir. É como dizer que alguém na faixa dos 40 anos hoje (década 2020) viverá uma mudança de paradigma 4 vezes maior quando tiver 60 anos (década de 2040). Esta pessoa vai experimentar o equivalente a um ano de mudanças, nos padrões de hoje, em apenas 3 meses daqui a 20 anos! Pela previsão de Kurzweil, alguém que tenha 10 anos hoje, quando tiver 60 anos, viverá um ano de mudança em apenas 11 dias!!!
Esse é o tipo de previsão que causa angústia e faz disparar a taquicardia nos mais ansiosos, mas reforça a necessidade de as organizações estarem atentas ao que está por vir e, sem sombra de dúvidas, traz mais (e novos) desafios aos profissionais de Recursos Humanos.
A mais recente pesquisa “HR Pulse Survey” da KPMG, com quase 1,3 mil executivos de RH em todo o mundo, traz dados interessantes sobre a própria atividade: mais de 70% dos entrevistados acreditam que a função de RH precisa se reinventar completamente para responder de forma efetiva ao contexto disruptivo nos negócios.
Nessa jornada de reinvenção, o profissional de RH pode escolher vários caminhos. Há hoje uma infinidade de tecnologias e metodologias disponíveis para tornar mais inteligente a rotina operacional sobre os departamentos de pessoal. A ciência de dados ajuda a adotar uma postura preditiva (e preventiva) sobre temas tão antigos e ao mesmo tempo tão atuais e necessários como redução de turnover, absenteísmo ou a sinistralidade dos planos de saúde.
Inteligência Artificial e os recursos que derivam dela (vide ChatGPT) vão poupar cada vez mais tempo das atividades operacionais, permitindo que o RH seja mais que um “parceiro de negócios”; que “seja negócio” de fato, com viés mais estratégico do que nunca.
Há um ecossistema gigantesco de HRTechs, as startups voltadas a RH, para ajudar a solucionar problemas em disciplinas como recrutamento, desenvolvimento, treinamento, remuneração, benefícios, bem-estar dos funcionários… Aqui mesmo, no Grupo PROPOSITO, temos a PRO Digital HR, uma HRTech que facilita em muito a vida dos gestores nos ciclos de Avaliação de Desempenho, Gestão de PDI, Gestão de Clima e Engajamento, entre outros.
O tema de engajamento de times remotos é outro sobre o qual pouco se falava antes de 2020. O recente estudo “2022 Work Trade Index”, da Microsoft, mostrou que mais de 50% da força de trabalho consultada planejava migrar para híbrido ou remoto dentro de um ano. Por outro lado, o estudo mostra o quanto o engajamento e conexão entre os times resulta em maior produtividade e também em maior intenção em permanecer na mesma empresa. Um desafio daqueles para as áreas de RH, ainda mais quando o Work Trade Index adiciona o seguinte dado: 50% dos trabalhadores das gerações Z e Millenial já consideram fazer parte do seu trabalho no Metaverso dentro dos próximos 2 anos!
O futurismo, é claro, é para os futuristas, e não se espera que um gestor de RH esteja com a cabeça séculos à frente. Mas estar a par das transformações que vêm ocorrendo e buscar usá-las a seu favor já é um ótimo começo. O que não dá é ficar parado, a não ser que o desejo seja de uma rápida viagem no tempo para o passado.